Houve um
telefonema.
Era um
telefonema para uma viagem dessas que agente faz com dignidade, carinho e
afeição. Sem fantasiar, não dessas viagens longas e eternas como Paris,
Londres, Nova Iorque... Mas essas viagens simples, e inesquecíveis.
Com grandeza
e admiração. Agente vai passando por lugares simples, humildes, mas dar gosto
de ver é uma energia diferenciada, enraizada no coração, uma mistura de desejos
bons com uma inveja ocular da natureza, onde os mitos são verdade, e os sonhos
reais.
Vou com minha
amada, silenciosa, nostálgica.
E de súbito
me vejo passeando pela vida, onde a cada minuto, cada lugar; é uma cópia feliz
e fiel da longa caminhada que a vida nos oferece... Sempre sorrindo e com o
pensamento tão longe; vou lembrando a simplicidade da vida.
Quando viajamos parece que todos os problemas
desaparecem, não existem.
Só há uma grande vontade de lembrar-se do bom, do
belo...
Quando viajamos somos tomado de uma sutileza, no
fundo da alma. No modo de ver paisagens tão simplistas com uma veneração maior
a natureza. Somos tomados por um pensamento totalitário de amor.
Somos
forçados a entender que nada vale a pena, e que tudo que devemos fazer é amar.
Elogiar nossos irmãos, nossa família.
Saímos de
nós. Este “EU” de sempre. Este “EU” rotineiro. Este “EU” traiçoeiro...
E é ali
sentado em um banco de carro que vou olhando ao o longe o horizonte, pensando
sobre as dádivas da vida, sobre o amor; lembrando aquele dia que te dei o
primeiro beijo, e como foi bom tudo o que vivemos, e vendo o magnífico por do
sol.
Sou tomado de uma inspiração viva de que a melhor
poesia é a própria vida.
E sem
interesse de nada, com muita sensibilidade e otimismo, sorrio para mim mesmo,
lembrando como é bom viajar.
Minha amada
olha meio de lado, não pergunta nada, não tem curiosidade de nada... Apenas
admira também essas longas paisagens que o mundo nos oferece de graças.
E que não
precisamos ir para longe, para ver lugares lindos, surreais, fantásticos, nossa
natureza é vasta e inspiradora, nosso Brasil deu este presente a nossa retina.
E ficarei feliz por saber que ainda sim, nos lugares sem tanta importância,
consigo ver uma bela paisagem...
E que não
falo de praias paradisíacas, muito menos de lugares eternos em meio às flores.
Falo do
simples, da suavidade do vento, e do que todos nós passamos e pensamos quando
viajamos.
Mesmo que seja uma simples viagem, para uma cidade
vizinha.
Mesmo que seja uma simples viagem, para nossos
sonhos mais distantes.
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