terça-feira, 12 de março de 2013

A viagem




 Houve um telefonema.

 Era um telefonema para uma viagem dessas que agente faz com dignidade, carinho e afeição. Sem fantasiar, não dessas viagens longas e eternas como Paris, Londres, Nova Iorque... Mas essas viagens simples, e inesquecíveis.

 Com grandeza e admiração. Agente vai passando por lugares simples, humildes, mas dar gosto de ver é uma energia diferenciada, enraizada no coração, uma mistura de desejos bons com uma inveja ocular da natureza, onde os mitos são verdade, e os sonhos reais.

 Vou com minha amada, silenciosa, nostálgica.

 E de súbito me vejo passeando pela vida, onde a cada minuto, cada lugar; é uma cópia feliz e fiel da longa caminhada que a vida nos oferece... Sempre sorrindo e com o pensamento tão longe; vou lembrando a simplicidade da vida.

Quando viajamos parece que todos os problemas desaparecem, não existem.

Só há uma grande vontade de lembrar-se do bom, do belo...

Quando viajamos somos tomado de uma sutileza, no fundo da alma. No modo de ver paisagens tão simplistas com uma veneração maior a natureza. Somos tomados por um pensamento totalitário de amor.

 Somos forçados a entender que nada vale a pena, e que tudo que devemos fazer é amar. Elogiar nossos irmãos, nossa família.

 Saímos de nós. Este “EU” de sempre. Este “EU” rotineiro. Este “EU” traiçoeiro...

 E é ali sentado em um banco de carro que vou olhando ao o longe o horizonte, pensando sobre as dádivas da vida, sobre o amor; lembrando aquele dia que te dei o primeiro beijo, e como foi bom tudo o que vivemos, e vendo o magnífico por do sol.

Sou tomado de uma inspiração viva de que a melhor poesia é a própria vida.

 E sem interesse de nada, com muita sensibilidade e otimismo, sorrio para mim mesmo, lembrando como é bom viajar.

 Minha amada olha meio de lado, não pergunta nada, não tem curiosidade de nada... Apenas admira também essas longas paisagens que o mundo nos oferece de graças.

 E que não precisamos ir para longe, para ver lugares lindos, surreais, fantásticos, nossa natureza é vasta e inspiradora, nosso Brasil deu este presente a nossa retina. E ficarei feliz por saber que ainda sim, nos lugares sem tanta importância, consigo ver uma bela paisagem...

  E que não falo de praias paradisíacas, muito menos de lugares eternos em meio às flores.
 Falo do simples, da suavidade do vento, e do que todos nós passamos e pensamos quando viajamos.

Mesmo que seja uma simples viagem, para uma cidade vizinha.

Mesmo que seja uma simples viagem, para nossos sonhos mais distantes.

                                                  

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